Elas andam pelo mundo: espaços lésbicos e queer possíveis em Controle e Todos nós adorávamos caubóis

Abstract

O presente estudo propõe uma análise comparada entre dois romances brasileiros contemporâneos, Todos nós adorávamos caubóis (2013), da Carol Bensimon e Controle (2019), da Natalia Borges Polesso. Através da investigação das interações de personagens lésbicas e queer com o espaço, utilizando o referencial teórico das “Geografias lésbicas”, busca-se compreender as negociações feitas, as violências sofridas e a constante vigilância a que se submetem essas mulheres, reconhecendo a importância da alteridade espacial (Leal, 2011) para a plena expressão de suas identidades e sexualidades. A pesquisa se estrutura em seis capítulos, refletindo, a princípio, questões interseccionais de identidade de gênero e sexualidade, com base em Butler (2003), Louro (2000, 2003, 2008a), Navarro-Swain (2000) e Rich (2012). Sucessivamente, contextualizam-se, dentro da realidade brasileira, noções de autoria e representações lesbianas, a partir dos escritos de Holanda e Paiva (2015) e Silva (2021). Ademais, trabalham-se princípios espaciais, literários e geográficos, conforme as considerações de Browne e Ferreira (2016) e Leal (2011). Por fim, o que se tenciona é perceber como as mulheres lésbicas e queer se relacionam com o espaço nos livros supracitados.